Ontem pela manhã realizamos um concerto na Escola Primária n° 8, em Sopot. As crianças estavam bastante agitadas pela novidade de receber um coro brasileiro na quadra da escola, mas foram muitíssimo receptivas ao nosso concerto. Antes de cantarmos o Salmo 150, de Ernest Widmer, que menciona diversos instrumentos musicais, o maestro Altamiro Bernardes perguntou às crianças quantas tocavam algum instrumento. A maioria levantou a mão. Após o concerto, a diretora Sylvia nos recebeu com um lanche. Na saída, os alunos nos cumprimentaram e quiseram tirar fotos conosco.

À tarde fizemos um tour pela cidade de Gdansk. Nosso guia era o simpaticíssimo Stefan, um senhor de 79 anos cheio de humor e energia.
Fundada no século X, Gdansk foi quase toda destruída durante a Segunda Guerra Mundial. Algumas ruínas foram mantidas pela memória do triste acontecimento, mas o mais impressionante é que a maior parte da cidade foi reconstruída tal qual era antes da destruição. Podemos perceber a precisão de detalhes comparando nas construções o original (partes escuras) ao mais recente partes claras. A foto a seguir mostra o único prédio da rua principal que resistiu à destruição.

Gdansk esteve sob domínio alemão entre 1793 e 1945, recebendo, nesse período, o nome de Danzig. Por ser uma cidade portuária, desenvolveu durante séculos relações comerciais com a Holanda, recebendo também grande influência da arquitetura desse país.

Na rua principal, pudemos ver a prefeitura, alguns prédios com decoração que homenageia a medicina, a música e as ciências, além de avistar a torre da Catedral.
Vimos ainda um imponente prédio do século XVII, onde atualmente funciona uma academia de artes e um monumento lembrando a destruição da sinagoga da cidade.
O que mais nos impressionou foi a visita à igreja de Santa Maria, a maior igreja de tijolos do mundo, de arquitetura gótica, datada do final do século XIV. Está repleta de obras de arte de diversos períodos. Conta com afrescos dos séculos XIV a XVI. Sua obra mais famosa é a reprodução do quadro “O Juízo Final”, do pintor flamengo Hans Memling, do século XV. A obra mais recente é um retrato do papa João Paulo II, recentemente canonizado. Pudemos experimentar a acústica da igreja cantando o hino Gaude Mater Polonia.

Foto: Luan Giusti
Pudemos ver ainda a casa de um ilustre cidadão de Gdansk, o físico Daniel Gabriel Farenheit (1686-1736). Curiosamente, a escala padrão de temperatura na Polônia é em graus Celsius. Outro ilustre nativo de Gdansk é o filósofo Arthur Schopenhauer (1788-1860).

Gdansk também é o local de surgimento do partido Solidariedade, liderado por Lech Walesa, organização chave na luta pela redemocratização da Polônia nos anos 80.
Mas mesmo o centro histórico de Gdansk não é composto apenas de monumentos antigos. Seu moderno teatro recém-construído abrigará em setembro um festival de Shakespeare, em homenagem às primeiras trupes inglesas que chegaram à cidade. Seu telhado, que pode ser aberto ou fechado, funcionará também como tela de projeção.

Como bem lembrou nosso guia, a visita a Gdansk foi um emocionante encontro da geração pós-guerras e pós Muro de Berlim com um local repleto de História e resistência.
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