Olá tudo bem?
Vamos iniciar mais uma série de artigos para compartilhar com você um pouco da experiência de 14 anos da Academia Concerto em Música Coral, que nos levaram a resultados reconhecidos no Brasil e no exterior.
Outro dia parei para pensar que, nestes mais de 30 anos trabalhando com música vocal, de todo o tempo que passei como aluno em salas de aula, workshops, palestras e ensaios, o total de tempo que se usou para tratar do assunto TEXTO não deve ter ultrapassado 10%!
Mais um ponto que me chamou atenção, foi olhar programas de concertos de Música Coral e perceber que muitas vezes o crédito dado no programa do repertório é apenas ao COMPOSITOR. O LETRISTA (autor) raramente é citado!
Quando se trata então de MPB, a coisa é ainda mais grave! Perdi a conta de quantas vezes li o crédito de LETRA e música: “fulano de tal”. Apenas pelo fato de o compositor ser o intérprete e muito conhecido. Não houve o cuidado de pesquisar e saber que o letrista era outra pessoa.
Isso mostra o quanto o TEXTO, sua fonte, significado e domínio estão renegados a planos inferiores de atenção no trabalho de Música Coral.
Como eu citei em meus artigos sobre repertório ( leia AQUI e AQUI), nós regentes temos a inclinação para focar a atenção mais nas “notas”, ou seja, na parte musical do material que trabalhamos. Isso pode levar a uma série de erros e problemas que afetam direta e fortemente o som do coro.
Este é o primeiro de uma série de artigos que vou publicar sobre o tema TEXTO, e nele quero chamar a sua atenção para a importância este assunto.
Para começar, o óbvio – e é sempre nas coisas óbvias que a gente tropeça: o TEXTO é o que carrega a mensagem que cantamos. Portanto se há algum problema com a clareza do TEXTO, por mais que a música esteja perfeita, a mensagem não é entregue corretamente e nosso trabalho será prejudicado.
Imagine entregar um presente para uma pessoa querida e se preocupar tanto com o pacote e esquecer de verificar se o presente, de fato, está em boas condições e acabar por oferecer um presente estragado!
A música que preparamos com tanto empenho é o veículo que conduz o conteúdo da mensagem. Descuidar do TEXTO e focar apenas na música é entregar para nosso público um presente com um bonito e bem cuidado pacote mas com o conteúdo ruim.
Qual o valor de um presente destes?
Quando eu falo sobre TEXTO, me refiro tanto as letras em língua estrangeira quanto em português! Outro erro recorrente é trabalhar com mais atenção repertório em outro idioma do que em língua portuguesa.
Isto é um “reflexo” natural quando saímos da zona de conforto da nossa língua materna. Esse tipo de acomodação faz com que, num programa de concerto, as peças em língua estrangeira soem melhor do que as em português! O que é um absurdo, mas tenho assistido com tristeza cada vez mais esta situação.
Trabalhar o TEXTO com o coro não é apenas informar a tradução, ou corrigir a pronúncia das palavras. O pleno domínio do conteúdo vem desde saber com precisão a origem do texto, o contexto, o entendimento amplo do significado, a prosódia e dicção corretas, dominar a fluência e outros aspectos do TEXTO que vão possibilitar ao ouvinte desfrutar da mensagem em sua totalidade.
O estudo correto do TEXTO não beneficia apenas o público. Antes de mais nada será a linha mestra do seu trabalho como regente nesta peça, bem como a sua interpretação, a concepção musical, até o modo de reger e qual gesto utilizar.
Quando o regente domina o TEXTO e sabe como trabalhá-lo o coro também sai ganhando! Existem inúmeros problemas musicais em que a origem está no TEXTO e não na música!
Muitas vezes vejo alunos e colegas gastando tempo de ensaio “socando” notas ao piano para corrigir um problema no naipe, quando na verdade a origem está no TEXTO.
Ou, então, arrancando os cabelos por não entender como uma passagem está com problemas rítmicos, sem perceber que o problema é a acentuação errada do TEXTO.
Coros enormes que enchem um palco mas quando abrem a boca não soam nem timbram porque não há uma boa compreensão do TEXTO pelo grupo.
E a lista é enorme mas acho que já consegui chamar sua atenção para o problema.
Acompanhe os próximos artigos em que compartilharei ferramentas e estratégias para otimizar o trabalho com o TEXTO em nosso repertório.
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Até a próxima!
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No canto, o texto é também muito importante, não só sobre o aspecto da articulação, mas também na equalização sonoras deste.
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Exatamente Adilson! Muito bem colocado. Vamos abordar mais questões técnicas sobre o texto nos próximos artigos! 😉
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